R&B,Beat, Soul Band
Ultrapassar as barreiras nacionais, ter a hipótese de levar a sua música além-fronteiras é o sonho da esmagadora maioria das bandas portuguesas.?Muitos investem o que têm (e não têm) para marcar presença nos mais significativos eventos internacionais, centrados na captação de talento, como o South by Southwest ou o Eurosonic, na esperança de terem aí a oportunidade que tanto anseiam. Quando acontece o inverso é, no mínimo, estranho. Quando uma banda deste pequeno canto periférico consegue levar a sua música a palcos de toda a Europa, por muito que isso tenha a ver com o facto de se moverem num nicho muito especifico, e é completamente desconhecida no seu próprio país, é absolutamente contranatura. Os TT Syndicate juntaram-se no Porto, em 2012. Não eram novatos - vinham de projetos com larga experiência internacional como os Mean Devils ou os 49 Special e de bandas de culto como Os Tornados ou Thee Chargers - mas queriam fazer coisas novas, mesmo continuando a refletir a sua paixão pela música gravada nos 50 e 60. E fizeram. Entre 2013 e o fim do ano passado editaram quatro sete-polegadas de vinil, através da germânica Migraine, todos entusiasticamente recebidos pelas várias fações da comunidade retro europeia e, alguns, já altamente colecionáveis. Nestes três anos não pararam de dar grandes concertos, um pouco por todo o lado: muitos em Espanha, onde enchem salas atrás de salas e são cabeças de cartaz de festivais, ao lado de nomes como Charles Bradley ou James Hunter Six, mas também em vários outros territórios como Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Suíça, França, Holanda, Suécia ou Rússia. Por cada vinte concertos que dão lá fora, dão um cá dentro, normalmente refundido. Agora que se preparam para editar o seu primeiro longa-duração, está na hora de isso mudar, de lhes reconhecermos o seu talento e nos orgulharmos do seu percurso.